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sex, 11 out 2024
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Campanha e Cartilha orientam mulheres sobre assédio nesse Carnaval

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Com o objetivo de fortalecer um carnaval sem assédio, a campanha #EuDecido elaborou cartilhas para explicar de forma simples e direta a diferença entre uma paquera e a importunação sexual. Valéria Scarance, promotora de Justiça d o Núcleo de Gênero do Ministério Público do Estado de São Paulo e idealizadora da campanha, resumiu a proposta em entrevista à Rádio Brasil Atual. “A diferença é o consentimento. Pode conversar, sorrir, abordar? Sim. Pode agarrar alguém? Não. Passar a mão, encochar? Não. Falar uma coisa que incomode. Não.”

Segundo Valéria, a cartilha surgiu em razão da constatação de que as mulheres sofrem muito mais assédio no carnaval. “Os índices sobem 20%. Por que que no carnaval as violências aumentam tanto? Nós vivemos em um país hipócrita. É o país do carnaval, mas ao mesmo tempo é um país machista, segregador, sexista. Essa mesma população que pula carnaval diz que mulher que está no carnaval não é séria. Não pode reclamar de ser cantada. Pelo menos metade das pessoas pensam isso”, afirmou.

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A promotora lembrou ainda que condutas geralmente consideradas menos graves, como roubar um beijo, também se enquadram no assédio sexual. “Não existe beijo roubado, existe importunação sexual. O beijo roubado é uma invasão muito grande. Se a pessoa te deu um sorriso, tudo bem. Agora você ir lá e surpreender uma pessoa é muito invasivo. ‘ah, mas ela tá no carnaval de fantasia’. Ela se vestiu para ela, para se divertir, para brincar e tem esse direito”, defendeu.

A cartilha também orienta quanto a ofensas e discriminações por raça, gênero e orientação sexual, inclusive aquelas que fazem parte de marchinhas históricas. “A gente precisa conscientizar as pessoas de que carnaval não é carta branca para fazer tudo. O fato do carnaval envolver fantasias e bebidas, para algumas pessoas que não entendem, isso pode ser visto como um estímulo, mas não é. Tem muitas músicas de carnaval que são racistas, sexistas, etc. então muito cuidado com as músicas que remetem a cor, cabelo, raça, religião. E se alguém se sentir ofendido pode procurar seus direitos em termos de injúria”, explicou.

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