A extinção da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa), aprovada pelo legislativo paulista em maio de 2019, pode ter comprometido a articulação entre os 39 municípios da Grande São Paulo para planejar, de forma integrada, ações contra enchentes e inundações, segundo associações e especialistas.
De acordo com reportagem do Portal G1 exibida hoje (13) a empresa, que era responsável por todo o planejamento urbano da região metropolitana, incluindo a elaboração de mapas e planos de ação, foi extinta em agosto após a aprovação de proposta enviada ao legislativo pelo governador João Doria.
“Esse tipo de leitura integrada era feita pela Emplasa. Eles falavam justamente de como as diretrizes precisam se falar, porque não adianta nada seguir os planos para enchente em cada municípios se eles não conversam entre si”, afirma o engenheiro, que estuda a necessidade de adaptação das cidades frente às mudanças climáticas, afirma Luciana de Oliveira Royer, professora de planejamento urbano da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP.
“Se Guarulhos resolvesse canalizar todos seus rios, mesmo que isso esteja de acordo com os planos municipais dali, essa medida vai rapidamente afetar o curso do Tietê em outras cidades. O mesmo poderia acontecer com mudanças no ABC, em rios da bacia do Tamanduateí, isso também vai chegar no Tietê. Então nós temos um conjunto de questões e nenhum planejamento integrado.” cita Ivan Maglio, pesquisador do IEA-USP.