Espetáculo O Pescador e a Mulher-Esqueleto trata de bullying, preconceito e padrões de beleza
A dificuldade em aceitar o que é “diferente” é o ponto de partida do novo espetáculo infantojuvenil do Grupo Caleidoscópio, O Pescador e a Mulher-Esqueleto, com dramaturgia e direção artística de João Bresser e elenco formado pelos atores-manipuladores Anderson Gangla, Cássia Carvalho, Juliana Fegoci e Liz Mantovani. Em setembro, a peça percorre mais quatro cidades do interior de São Paulo, a partir do dia 15, após ter passado por 10 municípios paulistanos em agosto. A temporada é gratuita e no o dia 22, domingo, às 16h, a peça ocupa o Teatro Padre Bento, na Tranquilidade.
O espetáculo explora a linguagem do teatro de bonecos a partir da técnica japonesa milenar Bunraku, quando até três atores-manipuladores, com movimentos incronizados, manuseiam bonecos construídos com articulações baseadas no corpo humano.
Oficinas
A experiência fica ainda mais completa com as oficinas de Teatro de Bonecos Bunraku que acontecem sempre nos dias das sessões. Nos dias de semana, as atividades vão das 9h às 11h e, aos sábados e domingos, das 13h30 às 15h30. As inscrições são abertas para todos os públicos e devem ser feitas direto nos espaços culturais.
Além disso, após as apresentações, o Grupo Caleidoscópio realiza bate-papos com elenco e direção do espetáculo.
Sobre a encenação
O Pescador e a Mulher-Esqueleto é baseado no conto milenar homônimo do povo Inuit, uma nação indígena esquimó que habita as regiões árticas do Canadá, do Alasca e da Groenlândia. A história está presente no livro Mulheres que correm com os lobos: Mitos e histórias do arquétipo da Mulher Selvagem, da psicóloga Junguiana norte-americana Clarissa Pinkola Estés.
Na trama, um pescador pesca acidentalmente do fundo do mar uma mulher-esqueleto e, após terem dificuldade para se aceitar, a dupla acaba enredada em uma história de amor.
“No conto original, a mulher-esqueleto adquire carne e, em uma metáfora, arranca o coração do pescador, mas não era esse o ponto que me interessava. Eu tive a intuição de mantê-la como esqueleto, para justamente unir dois seres completamente diferentes e fomentar uma discussão sobre preconceito, bullying e aceitação. Assim, o amor, que é o pilar da peça, transformará os dois personagens, mas somente em seus corações, e não em suas aparências”, comenta João Bresser.