Os acumuladores compulsivos são pessoas que têm uma grande dificuldade em se descartar ou deixar seus pertences, mesmo que já não tenham qualquer utilidade. Por esse motivo, é comum que a casa e até o local de trabalho dessas pessoas tenha muitos objetos acumulados, impedindo a passagem e o uso de várias superfícies.
Normalmente os objetos acumulados são aleatórios e podem até ser encontrados no lixo, mas a pessoa os vê como necessários no futuro ou podendo vir a ter valor monetário elevado. Este transtorno pode ser fácil de identificar por familiares ou amigos, mas, geralmente, a própria pessoa não consegue identificar que tem um problema e, por isso, não procura por tratamento.
Já em outros casos, o transtorno é leve e, como não afeta as atividades diárias não é notado, também não sendo tratado. No entanto, sempre que existe suspeita, é importante consultar um psicólogo para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado.
Principais sintomas do transtorno
- Dificuldade para jogar objetos no lixo, mesmo quando não têm utilidade;
- Dificuldade para organizar seus pertences;
- Acumular objetos em todos os locais da casa;
- Ter medo excessivo de ficar sem um objeto;
- Sentir que não podem jogar um objeto no lixo, pois poderão necessitar dele no futuro;
- Procurar por novos objetos, mesmo quando já têm vários do mesmo.
Além disso, pessoas que são acumuladores compulsivos também se tornam mais isoladas, especialmente em casos mais severos, pois têm vergonha da sua própria situação e do aspecto de sua casa. Por este motivo, estas pessoas têm maiores chances de desenvolver outras doenças psiquiátricas, como a depressão, por exemplo.
Estes sintomas podem surgir ainda durante a infância, mas têm tendência a piorar com a idade adulta, quando a pessoa começa a comprar seus próprios pertences. Em alguns casos, a pessoa que faz acumulação excessiva pode até acumular animais, chegando a ter várias dezenas ou centenas de animais que podem viver dentro de casa e ter poucas condições.
Como distinguir um acumulador de um colecionador?
Muitas vezes o acumulador pode ser confundido com um colecionador, ou pode até utilizar a desculpa de fazer coleção, apenas para que os outros não o vejam de forma estranha.
Porém, uma forma fácil de distinguir ambas as situações é que, normalmente, o colecionador tem orgulho em mostrar e organizar a sua coleção, enquanto o acumulador prefere manter em segredo e esconder os objetos que acumula, além de ter muita dificuldade em se organizar.
O que causa este transtorno?
Não se conhece a causa exata que leva uma pessoa a fazer acumulação excessiva de objetos, no entanto, é possível que esteja relacionado com fatores genéticos, com o funcionamento cerebral ou com eventos estressantes da vida da pessoa.
Como é feito o tratamento?
O tratamento para acumuladores compulsivos pode ser feito através da terapia comportamental, sendo que o psicólogo procura descobrir a causa da ansiedade que está causando o desejo de guardar as coisas. No entanto, este tratamento pode demorar vários anos para fazer efeito pois requer muita dedicação da pessoa.
Os remédios antidepressivos podem, também, ser utilizados para complementar o tratamento, ajudando o paciente a evitar o desejo de acumulação compulsiva, mas, nesse caso, devem ser indicados por um psiquiatra.
Normalmente os acumuladores compulsivos não procuram tratamento porque não percebem que a sua situação é uma doença. Os familiares e amigos tem um papel muito importante em ajudar a pessoa a se curar.
Possíveis complicações
Embora a acumulação possa parecer um transtorno pouco preocupante, a verdade é que pode ter vários riscos para a saúde, especialmente relacionados com alergias e infecções frequentes, já que o excesso de objetos torna mais difícil a tarefa de limpar a casa, facilitando o acúmulo de bactérias, fungos e vírus.
Além disso, dependendo do grau de acúmulo de objetos, também pode haver o risco de quedas acidentais ou até de soterramento, já que os objetos podem cair por cima da pessoa.
Já a nível psicológico, acumuladores compulsivos também têm maior tendência a ficar isolados e podem desenvolver quadros de depressão graves, especialmente quando reconhecem o problema mas não desejam, ou não podem, fazer o tratamento.
Fonte: Tua Saúde